A cabeça de um rato morto rodeada de formigas fincava-me o olhar frente a porta do meu quarto no exato momento em que a abri. Olhava-me desafiadoramente como se estivesse vivo. Não sabia ele que aquele era o olhar de um rato morto para um rato putrefato.
De rato entendo bem. Sei como é viver no escuro e se alimentando do pouco que pode roubar. Ser perseguido pela escoria mais assassina que é o ser humano. Achar na hora certa um lugar quentinho para acomodar seus furtos e descansar sua cabeça.
Dias depois senti o cheiro horrível que invadia a casa, era cheiro de rato morto. Cheirei a mim mesmo para me certificar de que o rato morto era o outro, e era mesmo, mas não consegui encontrar a sua catinga e o cheiro perdurou por dias e por dias pensei muito na minha condição como rato.
Um rato é o que eu sou e nada mais! Não morto nem vivo, mas um rato que apodrece aos poucos e que vê a qualquer momento o fim de sua lastimosa vida.
Um comentário:
este rato anda cheio de sucesso... não me importo que uma porradona de sites o usem mas ao menos um obrigado, ainda demorei um pouco a desenha-lo
http://johnrivercartoon.blogspot.com
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