O ESPIRITO DO IMIGRANTE
Uma pobre alma vagueava buscando corpos para alimentar sua ausência de epiderme, carnes e veias sobre sua fantasmagórica forma agora assumida.
No desespero tentava tocar os transeuntes nos becos e ruas na esperança de sentir seu calor. Em vão. Não dava, estava mesmo condenado a passar aquela noite sob o frio de sua própria existência. Parecia ser a primeira noite das ultimas de suas vagueações.
Não havia forma ou jeito de mudar isso, e aceitou, portanto, seu destino vazio. Pensava apenas: se essa era sua condição eterna, por que nao se conformava tal como os outros? Percebeu naquela noite que é por que tentava tocar os corpos errados e correu embaixo da janela de quem acreditava ser o corpo certo e quando gritou o nada lhe véio como resposta. A quem poderia recorrer era agora um espírito imigrante que precisava de um corpo, tal qual ele mesmo. E assim foi-se à sua condição de condenado ao frio e abandono perpetuo.
DÍNAMO
Forçam aqui dentro na tentativa de gerar alguma energia.
Em vão!
A muito suas engrenagens enferrujadas nada podem fazer pelo nada que se formou aqui dentro.
CLARA
Se não é o teu olhar me hipnotizando e me mantendo de pé já não sei o que seria.
A doçura da tua face, a firmeza do teu olhar tão cheio de mim, e esse tom de pele como uma camada de manteiga não mexida, me paralisam e suspira à minha alma mais força.
Em respeito a ti viverei. Em amor a ti desconsidero todo medo que venha se fazer senhor da minha existência.
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