segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

PEQUENOS ROTEIROS


O VELHO DIABO URBANO

O camarada
Karavamozov
, à noites que andava pelas ruas escuras e sombrias de Moscou sem saber o que procurar. Ja era tarde e só as tabernas estavam abertas, loucos e perdidos na noite se entrelaçavam entre amores sem nomes e rostos, apenas o que chamavam de lascívia.
Karavamozov entendeu que a montanha era o seu lugar e queria subi lá, mas estava fraco aquela noite, deitou-se na praça e dormiu a fim de poder recuperar a vitalidade e seguir a lida. Acordou, preparou seu pouco mantimento e subiu e lá de cima visualizou o mundo pelo avesso e descobriu que a muito aquele berço de asfalto e concreto nao lhe caberia mais, era agora um nativo incólume das angustias e desprezo do que chamam diariamente de cidade.

O PEQUENO POE

Falava - se sempre de um tal moço que sumira e não se sabia por que, ja que era tão popular. Contavam-se histórias diversas sobre o caso do seu desaparecimento, suicidio, prisão, ostracismo, mas nada disso resolvia a questão. Soube, contudo, em certo tempo que este tal foi visto pelas redondezas de um litoral, com aparencia diferente, não pra ruim, mas pra bom. Falava de coisas boas como sempre, falava de como uma maquina funciona e leva as pessoas para este e aquele lugar. Boa sorte pequeno Poe, só não tome todo o sol para voce, deixe um pouco para os que sentados estão a beira do caminho escuro.

A DOUTRINA DO ASFALTO E CONCRETO

Lançaram ferros e vergalhoes ao redor da minha paliçada e jogaram concreto em cima. Junto com a massa de cimento se enfiaram os pés dos negligentes e ali secou- se e ficaram como peças de xadrez presos no tabuleiro cimentado.
Inventaram entao suas alternativas, luxuria, mentira, traiçao e discordia. No dia em que eu peguei a marreta e quebrei esse concreto, olhei do lado de cá e vi o que tinha na cidade: crimes, sujeira, pessoas brincando com a alma e sentimento alheio, mentiras, mentiras e mentiras. Bem estão os que conseguiram quebrar estes blocos, o resto, serão sempre estátuas presas pelos pés na laje da modernidade.

ESPELHO

Diante de um espelho quebrado suas lágrimas rolavam quase que arrancando sangue de dentro dos lóbulos vermelhos.
Puxava soluços infindos do peito e o diafragma parecia querer explodir com aquela angustia toda.
Fez assim entao, depois que chorou o que devia.
Quebrou o espelho e pós um novo.
Lavou o rosto, foi lá e se olhou novamente
Desta vez, um sorriso se lhe abriu
Era ele de novo com seu velho e novo sorriso de volta ao rosto.

VINGANÇA

Chegam assim estas pessoas loucas querendo destuir tudo em volta, mas não esperavam que o juizo já lhe aguardavam. Se nossas mentes se pertubaram com as investidas vindas destes tais dementes, nosso corpo e coração já estava forte para suportar a amargura que alguém causa. Não seremos jamais e nunca mais aceitaremos o vilipendio advindo de vós, o inuteis nescios de coração de pedra. Eis que o juizo para as almas pobres é aqui e o fel que colocaram em nossas taças serão trocadas ao longo deste banquete, e quem será envenedado não seremos nós, ao contrário, tomaremos o doce cálice da quietude.

(Intolerante)

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