quarta-feira, 22 de julho de 2009

FEIOS ESCALABOFETICOS - PARTE I - RELIGIÃO

Você rezaria para este cara? Então, seu cristão nazista, esta pode ser a aparência da pessoa a quem você se ajoelha e presta culto.

O CRISTO FEIO
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Quem acha que a doutrina moderna do que é feio e bonito é faceta da televisão errou, esta apologia centra-se na religião.


Entre os mulçumanos, os dons celestiais estão ligados “a ter belas mulheres no paraíso”, no Avesta, a Bíblia Persa do Profeta Zaratustra, quando o homem morre segue uma jornada onde encontra seus valores praticados na terra, se foi mal, encontra um a um dos seus erros manifestados em alguma forma de punição, mas a bondade é representada pelo encontro com uma jovem linda e perfeita, é a chegada do ser ao paraíso.


A Bíblia, principalmente o velho testamento, não dá chance para feios. Todas as bênçãos de Deus estão ligadas à riqueza e a beleza. Tudo é beleza na bíblia. Quando trata sobre esposas para Abrão, Jacó, Isaque e uma infinidade de outros é sempre na forma “não havia mulher tão bela quanto ela”. O livro das vaidades eróticas de Salomão, Cantares, ou Cânticos, vai mais longe, trata da beleza como algo estritamente cultuado, quando define o seio, os contornos femininos e tudo mais, traçando um desenho só visto posteriormente nas propagandas midiaticas.

Portanto, como a nossa sociedade é judaico-cristã-capitalista, aprendemos de cedo a respeitar estas coisas sem ao menos parar para pensar de onde vem.

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E não é somente sobre mulheres que a bíblia lida com este aspecto, sobre o filho do rei Davi diz que “homem mais bonito do que ele não havia em todo o reino” e que, “os cabelos de Absalão brilhavam como ouro ao refletir a luz do sol”.

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Nas religiões do ocidente, influenciadas pela força capitalista das décadas do inicio do Século vinte, o desfile de luxuria e vaidade é extremamente exarcebado. No modo evangelical por exemplo, enquanto é ensinado sobre humildade a prática da soberba é claramente exposta no cotidiano dos cristãos protestantes, por exemplo, quem mais compra perfume caro e usa roupas extravagantes que chamam a atenção em qualquer lugar é evangélico. As meninas quase sempre em saltos cada vez mais fino e alto, para firmar o passo sensual, cabelos crespos que se tornam lisos em uma verdadeira maratona de chapinha aos fins de semana e roupas que de tão chamativas deixam qualquer visitante de reunião dominical constrangido por não chegar nem perto da situação. Não é que isso seja ruim, mas é um problema quando as pessoas começam a achar que se pode cobrir nodoas com roupas limpas e coloridas.

Seguindo uma passagem do livro de Isaias, capitulo 53, onde se trata de uma suposta profecia a respeito de Jesus Cristo, uma parcela dos cristãos estão propensos a achar que ele era um cara feio. Feio, digo, não socialmente destacado. A passagem diz o seguinte:

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“Como uma raiz de terra seca ele foi surgindo, e como um de quem os homens não enxergam, não tinha aparência e nem formosura, olhamos e não há beleza alguma para que o desejássemos”.

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Com isso uma parte da teologia diz que Cristo foi o homem mais belo, por que Jesus não podia ser feio por ser o Cristo e que a passagem diz respeito ao seu estado de sofrimento e morte na cruz. Outros, no entanto, compreendem que não, que ele não era lá essas coisas e que a idéia era exatamente esta, não se apresentar como o cara mais lindo para desconstruir estereótipos, por isso Judas o beijou para entregar, por que não se destacava entre os pescadores e gente simples que o cercava.

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Mas dizer para um cristão moderno impregnado com impressões de beleza forjada que Cristo era feio é o mesmo que se declarar herege, principalmente depois da imagem de Brad Pitt barbudo pintada com impressões de uma suposta carta de Poncio Pilatos a Tibério César descrevendo ele:

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Este eu pude facilmente ter identificado tão grande era a diferença entre ele e os que estavam lhe escutando. Os seus cabelos e barba de cor dourada davam a sua aparência um aspecto celestial. Ele aparentava aproximadamente 30 anos de idade. Nunca havia visto um semblante mais doce ou mais sereno. Que contraste entre ele e seus portadores com as barbas pretas e cútis morenas!”.


Ta sentindo ai o drama? Vamos mais.


Públio Lêntulo, que governou a Judéia antes de Pôncio Pilatos, escrevera ao Senado falando de Jesus:

“Um homem de estatura um pouco alta, e gracioso, com semblante muito reverente, e os que o vêem podem amá-lo e temê-lo; seu cabelo é castanho, cheio, liso até as orelhas, ondulado até os ombros onde é mais claro. No meio da cabeça os cabelos são divididos, conforme o costume dos Nazarenos. A testa é lisa e delicada; a face sem manchas ou rugas, e avermelhada; o nariz e a boca não podem ser repreendidos; a barba é espessa, da cor dos cabelos, não muito longa, mas bifurcada; a aparência é inocente e madura; seus olhos são acinzentados, claros, e espertos - reprovando a hipocrisia, ele é terrível; admoestando, é cortês e justo; conversando é agradável, com seriedade. Não se pode lembrar de alguém tê-lo visto rir, mas muitos o viram lamentar. A proporção do corpo é mais que excelente; suas mãos e braços são delicados ao ver. Falando, é muito temperado, modesto, e sábio. Um homem, pela sua beleza singular, ultrapassa os filhos dos homens".

Por que um santo precisa desta aparência? Será que o capital não sai lucrando mais do que o Reino de Deus quando todos passam a acreditar que a beleza é um dom divino?

Deste modo foi-se pintando o Cristo chamado por muitos hollywoodano.


Parece não haver mal algum em dizer que ser filho de Deus é andar vestido em roupa extravagante ou fedendo a perfume forte do Boticário, mas há, há quando nem todos dentro da comunidade podem. Há mal quando as pessoas passam a diferenciar-se por quem pode feder mais a perfume e estilizar-se conforme as modas ridículas que são as de igrejas.


Essa imagem branquela e cheia de "peninha" na face de Jesus sempre esteve ligada a guerra, discriminação e capitalismo. Como nas primeiras impressões esculturais e pintadas que surgiram por encomenda da Igreja Cátolica no final da Idade Média e Inicio do Renascimento, visavam exaltar o Cristianismo como uma religião diferenciada dos pagãos (que seriam de pele escura) e a cor branca viria bem encaixar neste quesíto. Os artistas encomendados como Leonardo Da Vinci e Michelangelo não se atreveram a faze-lo nem um pouco parecido com o que é realmente um Judeu, sem falar que o Santo Sudário reforça as pinturas encomendadas.

Jesus na verdade deveria ser parecido com um pedreiro ou um trabalhador comum que não se destaca na sociedade por sua aparência, mas por sua virtude. Mas se essa máxima de que o Senhor era um escalafobético pega, ai a religião teria que se adaptar a verdadeira concepção de simplicidade, apesar de o próprio Cristo ter dito:

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“Eu não sou como vocês. Vocês julgam e vêem as pessoas pela aparência, mas eu olho é dentro do coração!”.

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