terça-feira, 28 de julho de 2009

GORDOS ESCALAFOBETICOS: TIREM ESTE ELEFANTE DO CAMINHO

Venus, a deusa do amor. Se fosse hoje seria a deusa do "bucho!".

Um dos maiores paradoxos na sociedade moderna diz respeito ao trato com os gordos. O mercado que por um lado dita a exclusão, discrimina e trata com indiferença é o mesmo que metralha produtos em escala cavalar que levam a sociedade do belo a se ver cercada de vícios voltados à construção da obesidade.

Pensando nisto, temos uma navalha mercadológica de dois gumes: o belo e o feio –conceptualizados no ideal estético de gordo e magro, onde ambos são interessantes para a burguesia mercantil.


O gordo por causa dos alimentícios e o magro por causa da moda. Ambos, sem acepção, para o meio midiatico são apenas bestas enjauladas em suas situações de vidas antagônicas. Se a esqueletinha se acha o pompom da Xuxa, pensando que é melhor do que qualquer pessoa por que o cuzinho não é adiposo, tá enganada, para o mercado do capital esta é ainda mais escrota do que uma gorducha, por que cria produtos acreditando que só um certo tipo de idiota compra.

Mas como esse lance de valores e conduta não interessa mais, vamos logo chutar o pau da barraca. A mulher gorda é também o sinônimo de feia. A mulher magra é sinônimo de bonita, sendo que, também não é tão assim. Existem magras consideradas feias, ou seja, que tem o rosto sem os contornos apreciados pela a maioria ou qualquer outra coisa que aprenderam a apelidar de BONITO.


De Veronese

Olhando as telas do renascimento, os artistas concentravam a gordura exatamente nas partes onde hoje são retiradas pelos pinceis de bisturis nas clinicas especializadas em estética.


A questão da mulher um pouco cheia no Renascimento é que essa teoria de mulher seca é bobabagem, é claro, que se colocar pra escolher entre uma mulher fininha e uma cheinha a fininha leva, daí onde entra o sistema de propaganda e programas desumanos que trabalham aquilo que se chama de “TEORIA DA INDUÇÃO” ou “SUGESTÃO”, que diz


“Só é preciso um pouco de sugestão para que um individuo creia que é assim e assim!”.


Neste principio estão os processos curativos chamados Placebos, a Hipnose e a cura por meio da fé de movimentos religiosos.


Na teoria da sugestão, passamos a conviver com uma idéia que se apura de todas as formas como verdade e a cada dia vai ficando difícil aceitar a diferença, ainda que a história diga, por exemplo, que no passado uma mulher gorda era modelo para pinturas famosas, como A BELA NANE de VERONESE ou VENUS. E, quer o pior? A própria pessoa por fazer parte de uma sociedade que vê assim, passa também a se considerar maldita, ainda que até certo ponto isso não lhe incomodasse, sobretudo se um namorado a deixa por outra que é magra, sobretudo quando lhe apelidam na escola com nominhos carinhosos e por ai vai.


As propagandas são desumanas, logo por que a industria da beleza não tem relação alguma com coisas ligadas a responsabilidades psicológica alheia ou bem estar de qualquer cidadão, digo isto por que se tivesse não faria a propaganda enganosa dizendo:


“Está cansado de ser feio por causa da gordura. Quer perder tantos quilos em um dia. Quer ser aceito na sociedade como as pessoas normais? Então, ligue agora!”.


Não é que o gordo seja bonito, mas também não significa que o magrelo é que seja. Em se falando de beleza, nem a gordura e nem a magreza deviam ser citados e sim a saúde. Quer dizer, a menina pra ficar magra desenvolve a bulimia e a anorexia. E ai o mercado a pega pela barriga, quando vende guloseimas que a menina gosta, mas que não pode comer muito por que senão fica igual a irmãzinha que pouco tava se lixando pra isso e passa todos os fins de semana indo em baladas e se apaixonado por meninos perfeitos que ficam rindo do seu peso pelos cantos, senão brincando com os sentimentos da coitada.


As pessoas realmente não deviam engordar, mas não por uma questão estética e sim por uma questão saudável.


A sociedade do capital não respeita gordo e o principio é o mesmo usado para tratar negro, pobre e viado, eles são doentes e fedem a contagio. São anormais que escolheram ser o que são. Não tem jeito e nem adianta disfarçar. Ou você acha que estes gordos ricos que andam em caminhonetes pomposas com meninas novas e cheios de amigos bebendo na mesa com eles são por que valem alguma coisa? É só por que podem pagar uns poucos interessados no ganho fácil.


É importante situar que este artigo não se trata de ter pena de gente obesa ou gorda e nem que essas pessoas são boas por serem assim, eu conheço gordo que é mais estúpido do que uma loira oxigenada que só pensa em pica e dinheiro. Este artigo serve apenas para esclarecer mais uma vez que os modistas modernos ditam e os éguas vão atrás. Considerar uma pessoa como gente ou lixo pelo tanto de banha que tem no corpo ou não é uma das atitudes mais bestiais, sendo que fundo, o maior idiota é aquele que tenta seguir os princípios que para nada servem além de encher os bolsos da televisão ou do mercado consumista.


Nota: existe um site sobre cultura de gordos chamado CRIATURA GG. Dê uma olhada.


www.criaturagg.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

gostei do texto. só achei irônico o teu deslize (ou foi proposital?) em ridicularizar o estereótipo da "loira oxigenada interesseira" em um texto onde vc procura entender de onde vem a intolerância com o estereótipo dos "gordos".

Patricia

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