sexta-feira, 19 de junho de 2009

QUE REINE A MARGINALIDADE

Desenho de Renata Cruz

Existem dois tipos de formação profissional que merecem tratamentos diferenciados. A formação tecnicista, aquela onde se aprende como fazer uma coisa a partir do zero, ou de um conhecimento prévio, até o momento onde já se saiba fazer algo por completo, como, engenharia, arquitetura, entre outros.

Mas existe um tipo de formação que não necessariamente seja o diploma que habilite uma pessoa a tal coisa, como por exemplo, a música, a arte plástica e por ai vai. É claro, quem se forma em uma área destas tem mais informações e maior capacidade de desenvolvimento pelas orientações que recebe, mas não o “feelling” o feelling não se ganha em diploma.

Se começar a exigir que o musico de barzinho ou o cara de uma banda de garagem tenha carteira de músico ou diploma para tocar em algum lugar, logo vamos ter um bando de zumbis plantados em cima de plataformas.

Existem habilidades que são aprendidas e desenvolvidas com a certas experiências que a academia que forma não pode dar.

É sob esta perspectiva que se fizeram os melhores jornalistas do país, através da independência e autodidata.

Mas já faz um tempo que o curso de comunicação social vem tentando usurpar o direito de jornalismo diplomado. Talvez seja injusto para aqueles que entram na faculdade para se formar em jornalista e não conseguem emprego por que um cara que nem se formou está lá ocupado o lugar dele numa edição de jornal, mas o problema é do infeliz que a faculdade deu o documento, mas não deu a habilidade para executar o que aprendeu.

Foi assim que no dia 17 de junho de 2009 foi derrubada a proposta que tramitava no congresso de instituir que o jornalista tem que ser diplomado. Bem feito!

Não que o jornalista tenha que ser diplomado ou não, assim como o músico o artista plástico, ele tem que ser é bom. Tem que ser responsável e pronto.

Ai fica assim. O curso de Comunicação Social ficou um lance “Cool” que é bacana ta lá por que é onde fica a galera da tatoo, da gíria, das baladas e pá. Ai fica complicado querer que jornalista seja apenas o diplomado.

A verdade é que a maioria dos que se formam em jornalismo ai ficam matando cachorro a grito e os que se dão bem são aqueles que já eram jornalistas e depois buscaram uma formação para acrescentar ao talento que já tinham. E a coisa deveria ser bem por ai mesmo, pois, se o nego quiser fazer curso de jornalismo por que quer estar no meio de galera transada que vá pela sua vaidade, ou se é por paixão que vá, mas não entre na fila da passeata que queira bloquear os talentosos meninos de rua que ao falar em um microfone pela primeira vez já foram iluminados com o que seriam a vida toda.

Na UFT eu conheço um monte de gente que tem talento pra coisa que faz jornalismo, mas essas são pessoas que “têm talento” e viram no jornalismo o caminho certo para suas conquistas profissionais. Diferentemente de uns outros que ficam no corredor falando de clichês culturais insuportáveis: “você viu o ultimo do Almodóvar?”, achando que ser jornalista é ler a revista BRAVO todo mês pra saber o que rola no mundo chato da cultura enlatada.

Parabéns aos jornalistas não diplomados que fazem as coisas melhores do que os tais. Olhemos pelo lado bom, esses caras estão ensinando as Universidades como formar jornalistas, pena que aprenderam pouco, pelo menos a que eu conheço aqui em Palmito City, das outras Brasil a fora não posso dizer o mesmo.

4 comentários:

Paulo César Jr. disse...

e viva o virtuosismo, o dom, as idéias próprias...

viva a liberdade de expressão...

Ou somos apenas robôs executando um programa?

Lidiane disse...

O Jornalismo não censura a liberdade de expressão, pelo contrário, o Jornalismo é plural e democrático!

agora se existe maus profissionais no mercado do Tocantins, isso é inquestionável.

No entanto, existem pessoas preguiçosas e por isso não querem estudar, e querem camuflar esse "dom" no seu mundinho onde ele se diz saber tudo e não tem humildade para ficar quatro anos na academia e unir sua hábil prática com o conhecimento científico!

É uma profissão e precisa ser regulamentada, como qqr outra...Esse triste acontecimento vai fortalecer ainda mais os Jornalistas por formação!

Viva, viva! e uma salva de palmas aos Jornalistas diplomados e aos corajosos e descolados estudantes de comunicação!

Unknown disse...

Existem pessoas talentosas e criativas sim fora da faculdade.

Criatividade não se aprende na faculdade. E só por isso vamos deixar de fora o que a facu acrescenta a uma mente brilhante?

Pra começar, não ensinam a escrever bem em um curso de jornalismo.

O que é nos apresentado são os metódos de pesquisa, entrevista, postura e ética, sobretudo.

Da mesma maneira que existem acadêmicos de jornalismo que saem da facu e se tornam profissionais picaretas. Também não é muito difícil encontrar médicos, advogados, pedagogos, fisioterapeutas e muitos mais...

É muito bom saber que todo mundo tem vontade de ser jornalista e ficam se roendo de inveja.

Agora só por causa de um diploma essas pessoas que não queriam entrar no curso de comunicação, vão querer trabalhar de verdade como jornalistas? Então é porque davam valor também ao "canudinho".

Reilustrando disse...

Deem uma olhada na revista CAROS AMIGOS o artigo na integra(abaixo trecho):

http://carosamigos.terra.com.br/index_site.php?pag=materia&id=109



"Agora jornalismo é para quem quiser, graças a Deus
Por Marcos Zibordi

Ok, sou mais um a escrever sobre o fim da exigência do diploma para jornalistas. Relutei em fazer este artigo, mas a indignação dos profissionais me toca. Estão putíssimos, é fato. Meus alunos, preocupados. Eu adorei. Agora, jornalismo é para quem quer fazer jornalismo, não para quem teve a chance econômica de adquirir o diploma que permite exercer a profissão."

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