segunda-feira, 11 de maio de 2009

FEIRA VIP DO LIVRO, NEM SÃO PEDRO TA CURTINDO

Segura a lona maluco, senão o mercadão para
Enquanto minha namorada fotografava os jorros torrenciais de água que caiam sobre o amontoado de livros chatos nos estandes de livrarias que só colocam na promoção livros desatualizados e que nada aumentam no processo construtivo do cidadão, o Gabriel e o Geuvar desenhavam os traunsentes que já enfadados se aproximavam de duas mesinhas que divulgavam o HQ A LIGA DO CERRADO.

No dia anterior eu havia passado por lá e vi um cara que eu particularmente acho interessante, apesar de o seu trabalho não ter impacto algum sobre minha observação, mas me chama a atenção sempre que estou em lugar de movimento como feiras e eventos e o tal oferecer seu livro de poesias. Ele conversava com uma funcionária em uma parte do Salão do Livro que expõe obras tocantinenses e de lado eu fisgava alguns pontos da conversa:

Mas o senhor esta cadastrado? Perguntava a funcionaria desajeitadas sobre saltos que não é acostumada usar e com aquela maquiagem horrível de mortiça de família Adans e estampando um sorriso ironicamente preconceituoso.
Mas eu já sou conhecido. Inclusive vendo bastantes livros de poesias na cidade, acrescentava o poeta.

O que vi ali foi uma total falta de marginalidade. Gente vestida de tal modo a desfilar e não a ir ver livro porra nenhuma. Alias, os que vi tirando dinheiro pra comprar livros você já sabe quais foram, né? – Código DaVinci, O segredo, O Apanhador de Pipas, A menina que roubava livros, Herry Potter, Quando Nietsche chorou e por ai vai esse monte de bosta.

A única graça que ta tendo naquilo tudo é a rampinha da entrada. Como está chovendo pra toda hora tem um que senta a bunda no chão, por que a rampa e lisa e quando molha fica parecendo gelo.

O bom mesmo é se eu já tivesse com a minha revista pronta, ai aquele povo ia ver o terror. Gente suja, drogada, pervertida e pobre na entrada oferecendo uma edição da REVISTA INTOLERANTE. Nossa! E se algum intelectual de FEIRÃO DE LIVRARIAS viesse argumentar algo, que fosse dialogar comigo, talvez eu convertesse ele com o evangelho da intolerância e de repente a gente teria até um movimento de revoltados.

Já pensou, o salão bombando lá dentro de idiotas e do lado de fora uma cúpula de escrotos artistas marginais que não serão reconhecidos nunca numa terrinha porra louca essa desenhando, tocando, encenando e tirando onda com as cenas ao redor? Isso sim seria arte pura e original.

Como eu ainda vou dar uma volta por lá esses dias, depois eu conto o resto da novela. A caixinha ficou cheia de água e os livros também.

Um comentário:

Rê disse...

talvez a chuva venha tentar lavar a sujeira escondida(não tão escondida) por baixo da MEGA e milhonária estrutura !!!
Ah, e conversando com uma liderança de uma das comunidades quilombolas que conheço percebi como o estado usa esses "grandes" eventos pra botar uma banca... a militante me dizia que recebeu o convite mas nao iria a esse salao do livro pois sentiu que das outras vezes o povo da comunidade foi usado, para posar para fotos junto às "autoridades"... e o que mais incomoda a militante é o descaso e a pouca assistencia do estado para com as comunidades (escolas caindo na cabeça dos alunos, livros desatualizados, pessimas condições de trabalho para os professores, falta de transporte escolar, falta de merenda e etc)... aí os belezinhas colocam os meninos da comunidade pra desfilar no "Salão Fashion Week",aparecer em fotos bunitinhas... sem se comprometer com seus reais deveres junto ao sistema educacional!

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