terça-feira, 19 de maio de 2009

QUINTO SALÃO DO LIVRO EXPLICA O SENSO COMUM


As senhoras professoras se reuniram em volta da mesa numa terça feira de maio de 2009, semana após ter acabado o Feirão do livro. Ao chegar já vi sobre a mesa o clássico O MONGE E O EXECUTIVO, ao lado, mais uns três que vi em letras garrafais o nome do autor, AUGUSTO CURY.

As professoras do município receberam 180 paus para comprar de livros no Lixão do livro, e em um ofício circular que foi repassado a todas, especificava que elas deveriam comprar livro cujo conteúdo contribuísse para sua formação, no caso, material pedagógico de várias vertentes.

A professorinha mais nova e moderninha tava zangada por que viu que na revista AVON o livro A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS era mais barato do que nos estandes que viu na festa de gala. A outra professora mais experiente explicava que é por que um tinha uma apresentação de alguém importante e o outro não.

A mais ingênua das professoras para comprar muitos livros, aproveitou as promoções sebosas e trouxe um monte de livro velho usado, desatualizado, sujo, eu já comecei a espirrar perto de tanto ácaro. Folhas caindo e todo descolado, mas tava feliz por que comprou um monte de livro com informações obsoletas à necessidade de construção pedagógica.

O Salão das livrarias terminava no domingo, no sábado, eu passei na banquinha de revistas que fica ao lado do Bradesco na JK, eram quase seis horas o tempo tava fechado e um silêncio danado tomava conta do lugar. Ótimo pra fazer uma boa leitura longe da bagunça que tava tendo na praça dos girassóis. A Renata estava atrás de um fascículo muito bom da Caros Amigos, o fascículo se chama OS NEGROS. Enfim ela achou a edição 4 que vai completando sua coleção. A gente sentou-se no banco, longe de todo mundo, e ela começou a ler a revista e eu viajando na leitura que ela fazia, inclusive o tema do salão do livro era sobre o Monteiro Lobato, e ela lia sobre a negra TIA ANASTÁCIA e sua condição de empregada e heroína, coisa que eu acho que alguém esqueceu de comentar sobre os aspectos do Sítio lá pelo Pavilhão do livro.

Tá, um mocinho que faz jornalismo na UFT e gosta muito de cinema, ia passando quase correndo indo no Banco. Disse ele ao me ver: “E ai velho, beleza? Cara to indo ali ver se tenho pelo menos cinco reais na minha conta, por que o Salão acaba amanhã e eu tenho que comprar ao menos um livro”.

Uma pessoa me perguntou hoje se não havia nada de interessante naquela porcaria para mim, eu disse que não e sim, no tocante Corredorzão do livro, não havia nada, no evento, na pompa, na soberba, nada! Quanto a livros, só havia um estande e fora deste estande um livro que me interessava. O estande é da EXPRESSÃO POPULAR, que só comprava quem sabia o que tava fazendo e onde estava entrando. Eu queria ter recebido os meus 180 paus que não recebi para ter comprado livros com 300 paginas por vinte reais e escrito por revolucionários, presos de guerras, profissionais que trabalham em comunidades fodidas, negras, sem terra e por ai vai. E o livro que me interessou é um que um brother meu andava com ele no bolso (como de fato é um pocket), como se fosse o Novo Testamento e sempre lia trechos interessantes quando a gente se encontrava: CARTAS A THÉO de VINCENT VAN GOGH. Mas não comprei, pois o preço normal do livro não é mais que vinte, e lá eu achei de vinte e dois em um lugar só. Não comprei por que não acho correto alimentar esse mercado vagabundo e engordar os gados do estado como esta sendo mostrado nos jornais a respeito dos desvios para comprar calcinhas para a primeira dama do Tocotins.

Espero que tenham feito boas compras no Mercadão, mas se não fez, não se esquece, aqui na Revista Intolerante eu já tenho o cuidado de selecionar alguns PDFs de qualidade para você baixar de graça, mas se você gosta mesmo é de pegar no livro, como eu gosto também, agora pode procurar os lugares mais baratos na cidade, pois o Puteirão do livro acabou e os preços voltam tudo ao normal, normal o caralho, o normal que eu falo é em relação os preços na livraria e os preços expostos lá, por que, o livro ainda é coisa de gente rica, como é o Teatro, o Cinema e as Belas Artes.
Fico por aqui. Cião!!!

Um comentário:

t h i a go disse...

massa tua visão com relação à algumas coisas.. mas você tem que ver que a sociedade esqueceu da leitura, esqueceu de buscar essa diversidade de pensamentos e aquilo é considerado como um incentivo, e que incentiva incentiva nao se pode negar... por mais que seja por 1 semana que chega um individuo e compra um livro e depois q ele acaba ele volta pra televisao, e com relação às modalidades de leitura Augusto Cury tem muita coisa boa, e A menina que roubava livros é muito bom, por isso, antes de qualquer tipo de insulto seria interessante voce ler pra fazer a análise...
mas concordo contigo que os livros andam caro, e com os milhôes que eles gastaram na estrutura eles poderiam comprar muuuuitos livros, colocar na praça dos girassois em pilhas e falar "olha ai negada, é de vocês... comammm!
abraços..

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