A respeitabilidade, a regularidade, a rotina - toda a disciplina de ferro forjada na moderna sociedade industrial - atro-fiaram o impulso artístico e aprisionaram o amor de forma tal que não mais pode ser gene-roso, livre e criador, tendo de ser ou furtivo ou pedante. Aplicou-se controle às coisas que mais deveriam ser livres, enquanto a inveja, a cruel-dade e o ódio se espraiam à vontade com as ben-çãos de quase toda a bisparia. O nosso equipa-mento instintivo consiste em duas partes - uma que tende a beneficiar a nossa própria vida e a dos nossos descendentes, e outra que tende a atrapalhar a vida dos supostos rivais. Na pri-meira incluem-se a alegria de viver, o amor e a arte, que psicologicamente é uma consequência do amor. A segunda inclui competição, patrio-tismo e guerra. A moral convencional tudo faz para suprimir a primeira e incentivar a segunda. A moral verdadeira faria exactamente o contrá-rio.
As nossas relações com os que amamos podem ser perfeitamente confiadas ao instinto; são as nossas relações com aqueles que detesta-mos que deveriam ser postas sob o controle da razão. No mundo moderno, aqueles que de facto detestamos são grupos distantes, especialmente nações estrangeiras. Concebemo-las no abstrac-to e engodamo-nos para crer que os nossos actos (na verdade manifestações de ódio) são cometidos por amor à justiça ou outro motivo elevado. Apenas uma forte dose de cepticismo pode rasgar os véus que nos ocultam essa verda-de. Uma vez que o consigamos, poderíamos começar a construir uma nova moral, não basea-da na inveja e na restrição, mas no desejo de uma vida pródiga e a percepção de que outros seres humanos são um auxílio e não um obstá-culo, uma vez curada a loucura da inveja. Não é uma esperança utópica; foi parcialmente reali-zada na Inglaterra isabelina. Poderia ser realiza-da amanhã se os homens aprendessem a procu-rar a própria felicidade em lugar de provocar a desgraça alheia. Não se trata de moral impossi-velmente austera, e no entanto a sua adopção transformaria o planeta num paraíso.
Mentes que pensam nesta obra:
Leon Tolstoi
Hermann Hesse
Oscar Wilde
Thomas Mann
Albert Einstein
Carl Sagan
Leonardo Boff
Henry Miller
António Damásio
Francis Bacon
Bertrand Russel
Albert Camus
Immanuel Kant
Bertolt Brecht
Soren Kierkegaard
André Malraux
José Ortega y Gasset
Henry David Thoreau
Miguel de Unamuno
Marquês de Vauvenargues
Cicero
Arthur Schopenhauer
Sigmund Freud
Epicuro de Samos
Lao Tsé
Marquês de Sade
Emil Cioran
Primo Levi
Franz Kafka
Thomas Hobbes
James Rachels
A. C. Grayling
António Vieira
John Stuart Mill
Jean-Paul Sartre
Antoine de Saint-Exupéry
Tuiavii de Tiavéa
Francesco Alberoni
Fernando Pessoa
Thomas Moore
Virginia Woolf
Carlos Drummond de Andrade
Machado de Assis
Erasmo de Roterdão
René Descartes
Bento de Espinosa
Jiddu Krishnamurti
Platão
Konrad Lorenz
Marguerite Yourcenar
Baixe o cérebro deles aqui:
http://www.4shared.com/file/101085393/28ca50be/A_vida_e_os_mistrios.html
Um comentário:
Olá Intolerante! Mas que surpresa agradável, ver o meu livro aqui divulgado com estas palavras simpáticas. Fico sobretudo feliz que tenha achado utilidade nesta compilação e que ela faça proveito a alguém. Bem-haja e tudo de bom para si e para os seus!
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