sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

E-BOOK AUGUSTO DOS ANJOS



Tai um cara punk das antigas. Tipo assim, o lance do Augusto dos Anjos era comer com as mãos em mesa de granfino. Só que, ao contrário de um porco, ela era técnico, sacado de ciencias biologicas e outras coisas que tão lá na Tabela Periódica. Então, o lance dele foi o seguinte, fazer uma poesia tecnicamente bem construida, seguindo a máxima do parnasianismo, só que lá em algum momento sujava de proposito com expressões sujas, de modo que ele não chegava a ser nem fresco e nem podreira.
O maluco não escreveu muita coisa não, só tem isso ai que ta pra baixar e pronto, mas porra, pra que escrever um monte de livro se só um ta bom?
Na maioria das edições eles juntam as poesias em uma obra só que chamam de EU E OUTRAS POESIAS.
Um ótimo exemplo pra esses letristas fraquinhos de bandas de rock moderno que se perdem quando são ou frescos de mais em suas letras, ou fedorentos de mais, sei lá, leiam o cara e bons fluidos da lama poética.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cedo à sofreguidão do estômago. É a hora
De comer. Coisa hedionda! Corro. E agora,
Antegozando a ensangüentada presa,
Rodeado pelas moscas repugnantes,
PARA COMER MEUS PRÓPRIOS SEMELHANTES
Eis-me sentado à mesa!
Como porções de carne morta... Ai! Como
Os que, como eu, têm carne, com este assomo
Que a espécie humana em comer carne tem!...
Como! E pois que a Razão me não reprime,
Possa a terra vingar-se do meu crime
Comendo-me também.

Augusto dos Anjos, em “À mesa”

Seguidores

Revista Palmito City