sexta-feira, 17 de outubro de 2008

FOTOGRAFIA

Fotografia: Hemerson Silva, o Bento.

I - DEPOIS DE JOVENS

Consumidos por sonhos não realizados
Entre as coisas que queriam ter
Vivos, porém, inatos.
Mortos, como vivos mortos.

Segure – se minha linda
A roda é gigante e roda.
Não falemos de esperança
Alias, não falemos de coisa alguma.

Se calar é tão difícil
Morramos por hoje,
Para vivermos eternamente,
De alguma forma.

Desde que o sol nasceu
Tenho estado aqui
Esperando que ele se ponha
Não me leve a mal
Não é a luz que me incomoda
São os espectros que se alimentam dela.

De você não quero nada
Sério, não quero nada mesmo,
Mas, lembrar aquele céu nublado
A noite em anil, sempre me faz sentir.

Segure – se minha linda
A roda é gigante e roda.

Não falemos de esperança
Alias, não falemos de coisa alguma
Se calar é tão difícil
Morramos por hoje
Para vivermos eternamente
De alguma forma.

II - OS LOUCOS DO PICADEIRO

A vida deveria ser vista como um circo ou como um sanatório.
Como circo, porque tudo deveria ser encarado com extremo humor, os ganhos e as perdas.
É, mais eu sei que isso não é tão simples de ser feito.

Como um sanatório por que a loucura parece ser a única coisa que justifica a vida
As lembranças que emocionam a partir de um certo tempo de vida são apenas sobre coisas loucas.

Se estamos a beira da morte as coisas que nos vêem a cabeça são atitudes que lembram circo ou sanatório: “Porque não me preocupei menos e sorri mais, ou eu deveria ter feito as coisas que eu tive vontade?”.

Se a vida é um circo ou sanatório, sejamos eternamente palhaços ou loucos.

III – CALABOUÇO

A dor que machucava minha carne se foi
O medo que destroçava meu interior
Eu não sei
Não sei se foi embora
Ou se é questão de tempo.

E este dia que não acaba
Como se eu estivesse condenado
Como se aquilo que eu mais temesse
Se tornasse tudo o que eu tenho agora

Mas não tenho mais temores
Talvez uma insegurança distante.
Não sou mais o mesmo
Não sinto mais nada
Nem coisas boas
Nem coisas ruins.
Somente um desejo de fuga
Somente uma sensação de desespero


Poemas de Rivas Araújo!

Nenhum comentário:

Seguidores

Revista Palmito City