quarta-feira, 17 de setembro de 2008

BECOS URBANOS. OS LUGARES ALTERNATIVOS DA CAPITAL. PARTE I: TENDENCIES MUSIC BAR

De vez em quando a gente quer ir para algum lugar que não seja esses barzinhos de calçadas tocando música sertaneja à toda altura, quando não são aqueles clipes intragáveis do Bruno e Marrone e seus comparsas de mesmo estilo.
Um bar, uma casa noturna ou qualquer situação que proporcione uma ambientação agradável, onde a música seja boa e as pessoas que freqüentam nem sempre sejam baladeiros mal vestidos em roupas de péssimo gosto que desfilam achando que estão na moda. E então começa a corrida na city.
22 horas de uma sexta-feira, começa o rodopio na cidade em busca de um lugar menos intrigante. Passando pela JK vê-se a presença de carrinhos de dogs e uns bares que vendem espetinhos feitos na hora que já estão lotados de pessoas, mas não é o que queremos ainda.
Vamos na Palmas Brasil? Pode ser! Seguimos então, no caminho, postos de gasolina com lojas de conveniências. Algumas com mesas e cadeiras, outras onde as pessoas se assentam na mureta de um canteiro com algumas flores tomando suas long necks.
Mas, neste horário não rola ficar em um posto, a gente quer algo mais embalado.
Chegando na Palmas Brasil vemos um lance perfeito para famílias: Caldos, pizzarias, sorveterias e quiosques vendendo, além da cerveja, também os consagrados espetos.
Melhor ir mesmo para os lugares definidos que a gente já conhece. Vamos começar pelo
Tendencies Music Bar.

Eis aqui o lugar perfeito para o que queremos. O Tendencies é um bar no melhor estilo de São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, entre outras cidades que preservam o estilo rock bar.
Pense em um lugar onde você pode sentar no balcão iluminado pela metade, pedir um whisk, uma pinga ou uma cerveja e ainda de quebra ouvir uma boa música ao vivo. Não aquele cara cantando o chão de giz, mas uma banda de rock mesmo. Rock que as vezes vai do Indie, passando pelo Pop até o HC.
Ao lado, duas sinucas cercadas por garotos vestidos com camisetas de bandas de rock e meninas usando all star cano alto. Atrás do balção, onde também fica o caixa e os freezers, um estúdio de ensaio, enquanto do outro lado fica a loja e o estúdio de tatuagens e piercings.
Mas, se preferir, pode assentar-se à mesa do canto mais escuro e ficar a vontade com sua mina enquanto a noite se desenrola sem que você perceba. É, eu sei, parece aqueles bares de filmes, em que o cara chega altas horas meio down e pede para o garçom: “um whisk por favor!”.

Costelada movida a gols.

Mas o bar além de sua programação rocker, também contemplava a cidade com os jogos de futebol em um telão que era colocado do lado de fora do Bar nas quartas-feiras, geralmente acompanhado por uma costelada que era assada na calçada do bar.

A retrô

Enquanto em um telão passam imagens dos desenhos da Marvel, aqueles mesmo em que o Thor jogava o seu martelo e a imagem paralisava, ou o Capitão América lançava seu escudo no mesmo estilo, Kid Vinil ou Thunder Bird tocam a pista com músicas que vão desde Depeche Mode a Metrô. Massa ne? No salão, um globo no meio e um jogo de luz modesto, mas dava uma sensação de discoteca sim. Assim era a festa denominada Retrô.

Agora os pontos negativos

Primeiro. Tudo o que eu falei é apenas lembrança. A programação do bar está restrita quase que inteiramente a eventuais show e festivais.

Segundo. Nessa época o atendimento era muito ruim em função dos atendentes serem despreparados. Atendiam o público com respostas duras e deixavam bem claro: “se quiser é assim, ou então fique a vontade para ir para outro lugar”.
Pior que nesse estilo o cara acaba ficando ou indo embora e não voltando mais.

Terceiro. Há uma priorização muito grande por parte de algumas pessoas que parecem não querer a presença de desconhecidos, o que acaba deixando os “não amigos” pouco a vontade. Nesse sentido, é o que levou muita gente a evitar o ambiente, mesmo desejando estar em uma lugar com referencia única na cidade.

Histórico

O Tendencies Music Bar é uma ramificação da loja de roupas e apetrechos de rock (cds, acessórios, tatoos e piercing) que fica no mesmo local.
Antigamente, quando criado, era chamado Tendencies Rock Bar. A faixada era toda preta com um desenho de um porco segurando uma caneca de chop – uma referencia ao dono do estabelecimento André, chamado Porcão. Com o tempo, a faixada foi pintada de branco e ganhou outro slogan, uma estrela (referencia ao universo pop) com uma nota musical. Para os mais carochinhas, a mudança significava uma fragilidade da identidade rock extremista, já que a idéia da mudança aparentava uma maleável atitude de quem quer preservar o lado comercial e menos o da atitude. Contudo, logo, mesmo os radicais entenderam que uma estrutura comercial com encargos massificados não sobrevive com o dinheiro de meninos que compram suas pingas e ficam bebendo na calçada e pouco consomem dentro do estabelecimento. Indo e vindo, a questão é que com o tempo o bar admitiu não apenas o rock extremo, como denominam os conservadores, mas passou a permitir a confluência de estilos, levando o bar a se tornar mais freqüentado, sobretudo, com as programações citadas acima.
Mesmo mantendo uma programação de shows acirrada, ainda assim, permanece a ausência de um bar de rotina. Mas, a esperança é que a casa volte a funcionar como um bar, pois não há um outro lugar se quer em Palmito City onde a gente possa gozar da mesma ambientação.
Fora os prós e contras, e importante considerar a resistência do lugar e procurar incentivar a sobrevivência.

2 comentários:

Daniel Lacerda disse...

Entenda meu caro, o quanto é importante ter um som de qualidade em uma cidade tão nova. Acho que isso vc até entendeu. Mais o que vc não deve ter entendido é que os cantores que cantam" chão de giz", são os verdadeiros revolucionários e que não são simples "playboys" com franjinhas, ou seja, emosexuais, e sim, seres humanos com idéias realistas de um mundo melhor!!!

Bruna disse...

Se liga, vc que não entendeu...lugares alternativos são lugares diferentes, lugares que não são comuns...o lugar comum é aquele que toca chão de giz, quando vc quer sair da mesmice, vai a um lugar diferente...ninguém falou de emo, nem criticou o chão de giz...somente se sugeriu algo diferente...se vc gosta tanto do revolucionário, deveria ter entendido melhor!

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