terça-feira, 9 de setembro de 2008

BANDAS ALÉM MUROS: TERRITORIAL


Quando os romanos se sentiam seguros com seus exércitos e muralhas bem construídas, os bárbaros foram se chegando de pouquinho juntos as muralhas, até chegar o dia em que invadiram de vez o Império de ferro.
Roma caiu principalmente pelas ameaças dos Bárbaros.
Fazendo uma comparação entre a Capital do Tocantins e as outras cidades, vê-se que, a cada dia, bandas de fora se chegam para compor a aquarela do rock aqui dentro. Vindo de todos os lados, desde Araguiana até Gurupi, as bandas se mostram dispostas a derrubar de vez os muros da separação e invadir o cenário Palmitoense.
Isso começa a acontecer a partir do momento em que elas são cotadas para participarem de Festivais tanto na Capital quanto em outras cidades do Estado, assim como eventos aleatórios.
O bom disso tudo é a relação que vai se criando entre os Bárbaros e Romanos, mesmo faltando muito, mesmo não havendo uma confluência maior, já se pode perceber que os caras de longe acabam se tornando amigos de perto, a começar pelo Orkut e MSN.
Tomara que as coisas se arregimentem para melhor. Que dizer, tomara que vans comecem a saírem lotadas de Palmas para outras cidades e de lá venham também para cá, para participarem de eventos e encontros, de preferência, cheia de meninas da hora e caras bacanas. Tomara que a merda destes muros virem cinzas diante dos olhos de todos. Afinal se Roma não foi construída em um dia, seus muros também não serão derrubados em um.

Os anos 80 do rock no Brasil foram marcados pela intelectualidade e seriedade de bandas que nasciam das faculdades e círculos de meninos super inteligentes que discutiam filosofia, informação geral, entre outras coisas.
Daí, as bandas como Engenheiros do Hawai e Legião Urbana usarem e abusarem dos recortes de noticias, jargões, frases filosóficas e pensamentos inteligentíssimos para fazerem suas músicas. Na melodia, extremos que vão desde as influencias de Bowie, The Smiths e The Cure. Mas, este é o rock de mocinhos sustentados pelos pais que estudavam fora e, apesar de todas as suas rebeldias, os papais sempre estavam ali para sustentar suas vaidades, chamado de Rock Nacional, por caracterizar o megafone da época no Brasil.

No lado B desta história estão os Punks em São Paulo que escreveram uma parte da história do Rock oitentista. Mas as bandas Punks não eram as bandas de rádios a não ser nos programas voltados ao segmento, como o do Sr. Kid Vinil. Fora os Punks que apavoravam pela estética e agressividade nas letras, o rock desse período era serio demais, serio no sentido de TITIO demais. Se não me engano, das bandas da moda na época, só o Ultraje a Rigor fazia um som mais moleque, descomprometido, porém, inteligente.
Com a chegada dos anos oitenta, o Brasil experimenta uma liberdade maior nesse sentido, quer dizer, bandas menos cheias de coisas surgem trazendo as influencias de Seattle na pegada, mas lembrando Ultraje a Rigor nas letras. Surge então um estilo indefinido formados mais ou menos assim:
Pegadas de Ska, melodias oitentistas, fúria punk, e o desejo de se identificar com o HC. Para tudo isso denominaram de Underground. Então, temos Raimundos e Mamonas Assassinas que exemplificam muito bem essa identidade noventista no Brasil. Sendo que, enquanto os Mamonas eram moleques demais, os Raimundos eram Hardcore demais, contudo, mantendo a mesma ironia. Porém, o que mais caracteriza as bandas dos anos 90 são as letras. Independência filosófica e intelectual. São letras de garotos inteligentes, mas que se apóiam mais nas experiências e no espírito juvenil.
É dessa fase que surgem até hoje as bandas mais conceituadas no cenário Underground, enquanto que as bandas que procuram beatificar os anos 80 parecem estar fora de moda.
O que se deixou para trás foi o romantismo Sheaksperiano e Bayronista para apostar em uma linguagem mais urbana, menos literária. Se isso é ruim? Para os que prezam o intelectualismo sim. Acham que a perpetuação da gozação dentro do rock é um sinônimo de limitação, enquanto os expoentes do gênero pensam ao contrário, só acham que tem o mesmo conteúdo com menos frescura. Deixando de lado a prosa sobre a saga do rock entre 80 e 90 vamos ao que interessa.

Esse espaço é para eu comentar sobre bandas fora das fronteiras Romanas Palmitoense. Bandas que se apuram no melhor do rock em cidades que não oferecem, até certo ponto, condições convenientes para a sobrevivência das mesmas, mas que, por força de alguns loucos que insistem em ostentar o velho som onde só vinga a música de bunda, as catacumbas acabam por revelar bandas maravilhosas de grandes conteúdos. Abrindo, trago aqui uma banda de ARAGUAINA TOCANTINS. Já bastante conhecida por alguns e precisa ser conhecida pelo resto.
Minha intenção em abrir sobre a banda TERRITORIAL falando sobre as alterações do rock no Brasil em duas décadas importante para o Underground no país, foi a de situar no lugar certo essa banda. Porque essa coisa de que é grunge, ou é alternativo ou psicodélico soa vago para o peso bruto que essa banda oferece, apesar de haver todas essas influencias de fato. Fiz questão de lembrar Ultraje a Rigor não no sentido de comparar essa banda com eles, mas por ser capciosa como quanto.
No release que eu retirei do sitio que amamenta a banda, eles dizem que suas influências partem de Bandas como Mutantes, Pearl Jam, Walverdes, Furo, The Bellrays, Alice in Chains, Nirvana, Q.O.T.S.A e agora Iron Maiden. (o agora não entendi, depois pergunto a algum deles).

A banda deixa bem claro que não tem medo de enfatizar palavras de baixo calão em seus protestos e gozações. E nisso se caracteriza: “PROTESTO” e “GOZAÇÃO”. Por trás disso tudo, no entanto, a clareza da consciência do que estão fazendo. Ou seja, enquanto tem gente por ai só falando merda, melhor é falar a palavra “merda” sem ser.

Como eu só vi a banda tocando uma vez no Agosto de Rock (e foi muito bom) não posso tecer muitos comentários. Melhor mesmo é ouvir e tirar as próprias conclusões.

TERRITORIAL BARULHO INFAME

Vamos começar a conhecer esses bárbaros que se chegam junto as nossas muralhas. A primeira coisa a fazer é ouvir o som dos caras, então, segue abaixo os links para downloads, ver fotos dos brutos pelados entre outras coisas:

Tramavirtual: http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=45426

Bandas de Garagem: www.bandasdegaragem.com.br/territorial
MySpace: www.myspace.com/bandaterritorial


A falange é formada por

Bruno Reis: Guitarra e vocal
Júnior Cobra: Guitarra
Osmar Feitosa:
Bateria e percussão
Leomárcio Man:
Baixo e Groupies.

Para as meninas que querem ficar teclando com os camaradas da banda e para os marmanjos que querem sacar um pouco mais sobre a banda e o cenário rock em Araguaina, adicionem ai:

territorial_to@hotmail.com
trtlgrunge@hotmail.com
chaka_963@hotmail.com

trtl_bass@hotmail.com

cobracega_sg@hotmail.com


Gostou da banda? Adiciona o orkut:


Orkut:http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=5533227149127171809(63) 9208-3520


E ai? Massa né? Então adiciona os caras, troquem idéias bacanas, entrem na comunidade do Orkut, montem fãs clubes e tudo mais. Vale a pena a gente estender as relações do rock para fora da capital.

A próxima apresentação da banda será no Volume 10 em Araguiana, dia 13 de setembro, como mostra a matéria abaixo desta.

Então é isso. Até a próxima edição.

Rivas.

Se você tem uma banda fora da Capital escreva para:

revistaintolerante@gmail.com

Vai ser bacana sentir nossos muros tremendo pela presença de vocês por aqui.

Um comentário:

Unknown disse...

a melhor banda do estado...= ]

Seguidores

Revista Palmito City